Notas para o Praticante de Yoga

Este ano, decidi retomar a prática de Ashtanga Yoga que mantinha antes de alguns eventos que alteraram significativamente minha rotina, como a Pandemia, minha gravidez e o falecimento da minha mãe.

Admito que foi um golpe duro para meu ego, mas decidi recuar na série, voltando ao início, com o sincero propósito de reconstruir tudo, especialmente a base da prática.

Esse compromisso que fiz comigo mesma não se limitou apenas à prática de Ashtanga, mas também incluiu estudos sobre os princípios e fundamentos gerais do yoga. Ao revisitar os livros na minha estante, encontrei um guia que comprei há cerca de 10 anos — Asana Pranayama Mudra Bandha — Swami Satyananda Saraswati, um verdadeiro clássico de Hatha Yoga.

Compartilho algumas notas que achei interessante e que considero essencial compreender para aprimorar a sua pratica:

Asanas: Embora asanas possam ser praticados por qualquer pessoa, eles se tornam mais eficazes e benéficos quando realizados corretamente após uma preparação adequada.

Respiração: A respiração deve ser pelo nariz, a menos que instruções específicas indiquem o contrário. Sincronize a respiração com a prática de asanas.

Consciência: A consciência é tão crucial para a prática de asanas quanto para todas as outras formas de yoga. O propósito das asanas é influenciar, integrar e harmonizar todos os níveis do ser: físico, prânico, mental, emocional, psíquico e espiritual. Embora os asanas possam parecer focados apenas no corpo físico, elas têm efeitos profundos em todos os níveis quando praticados com consciência.

Movimentos: O asana é assimétrico, um movimento começa no lado direito do corpo e depois passa para o lado esquerdo. Os movimentos entre as poses, chamados de vinyasa, são tão importantes quanto os próprios asanas. Os bandhas, embora nem sempre ensinados, podem ser aplicados para ancorar os músculos para maior facilidade ao fazer asanas e ao se movimentar entre eles. Resumindo de nada vale abafar nos asanas se não estiver respirando corretamente e se estiver respirando corretamente é fato que será bem mais fácil fechar o asana.

Tristana: é formado por três partes: a respiração, os asanas e o Drishti (foco do olhar). Esses pilares transformam uma simples prática física em uma experiência que conecta mente e corpo, permitindo que a prática se torne meditativa e repleta de benefícios à saúde física e mental. Durante Vinyasa, deve-se focar no Drishti para manter a concentração e os olhos abertos durante a prática, exceto quando piscar e durante a Savasana (ou Shavasana) A combinação de Vinyasa, Drishti e asana transformam a prática em uma meditação em movimento.

Respiração: Ao praticar, deve-se manter cada postura durante cinco respirações. Um método de respiração chamado Ujjjayi Pranayama, é usado em todo o processo. Ele envolve a respiração através do nariz enquanto constringe a garganta para fornecer resistência para os músculos respiratórios. Ele cria um som de assobio profundo constante durante a respiração. A respiração e os movimentos entre os asanas são sincronizados.

Shavasana : Nunca pule seu Shavasana, ao contrário SE ENTREGUE! O Shavasana é recomendado ao concluir sua série de asanas para promover relaxamento e integração dos benefícios da prática.

Sequência: Siga a sequência recomendada de prática: asanas, pranayama, pratyahara e dharana, culminando na meditação.

Contraposto: Ao praticar asanas é essencial incluir contraposturas para manter o equilíbrio do corpo. Certifique-se de alternar entre arcos para trás e arcos para frente, além de repetir os movimentos em ambos os lados do corpo.

Hora da Prática: Asanas podem ser praticadas a qualquer momento do dia, exceto após as refeições. No entanto, o período ideal é duas horas antes e incluindo o nascer do sol, conhecido como brahmamuhurta. Este momento é propício para práticas yogues devido à atmosfera tranquila e ao estado de pureza e clareza mental.

Estômago Vazio: Pratique com o estômago vazio, pelo menos três ou quatro horas após a alimentação. Mantenha uma dieta equilibrada e moderada, preferencialmente com alimentos naturais, evitando excessos e alimentando-se para satisfazer a fome, não apenas o desejo.

Asana Invertido: Asanas invertidos devem ser evitados por pessoas com certas condições de saúde, como problemas cardíacos, pressão alta ou doenças cerebrais.

Foi interessante relembrar algumas notas que fiz durante a leitura desse guia. Elas me fizeram refletir sobre princípios e fundamentos que, embora conhecidos, muitas vezes deixamos de aplicar no dia a dia da prática.

E você? Como tem sido a sua prática diária?

*Bibliografia: Asana Pranayama Mudra Bandha — Swami Satyananda Saraswati